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19 de novembro é o Dia Mundial do Saneamento. Participantes do mais importante evento do mundo sobre mudanças climáticas falam sobre a relação do saneamento com a saúde pública
Na COP 30, em Belém, pessoas de diferentes realidades compartilharam suas percepções sobre saneamento básico, emergindo com clareza uma perspectiva em comum: para além de água encanada, coleta e tratamento de esgoto, saneamento básico é algo mais profundo, abrangente e fundamental para a qualidade de vida e a saúde das comunidades. As percepções, captadas em entrevistas na Green Zone da COP 30, no Parque da Cidade, em Belém, reforçam o diagnóstico de estudos recentes e apontam para a necessidade de políticas estruturantes, sobretudo na Amazônia, região com alguns dos piores indicadores de saneamento do país.
Entre os entrevistados, Alan Damico, estudante de Oceanografia de Recife que integra a delegação do programa Jovens no Clima, da prefeitura recifense, destacou que “saneamento básico é essencial para a qualidade de vida da população e, apesar de muitos acreditarem que é apenas água encanada, ele é também o esgoto, o asfaltamento e o descarte correto de resíduos sólidos”. “É uma pauta muito importante para transformar a realidade do Brasil”, ressaltou.
Moradores de Belém também reforçaram a importância do tema. Rubens Antero (foto abaixo, à direita), estudante de Terapia Ocupacional e morador do bairro da Pedreira, reforçou que a falta de saneamento se traduz em riscos de saúde pública. “Trazer esse debate para dentro da COP 30 é muito importante”, pontuou.
Já Juliana Rafaela (foto acima), graduanda de Engenharia de Pesca e moradora do bairro da Sacramenta, lembrou que saneamento define outros aspectos da vida urbana. “O saneamento básico é o ponto de partida que rege todas as outras questões sociais. Saneamento básico é uma questão de todos, e é discutindo esse assunto numa oportunidade como a COP 30 que a gente vai conseguir ser ouvido”, avaliou.
As percepções compartilhadas na COP 30 e divulgadas neste 19 de novembro, Dia Mundial do Saneamento, dialogam diretamente com os resultados do Ranking do Saneamento 2025, do Instituto Trata Brasil que diz que a falta de acesso à água potável impacta 16,9% dos brasileiros e 44,8% não possuem coleta de esgoto. As perdas de água na distribuição permanecem elevadas, alcançando 45,43%. A Amazônia Legal concentra grande parte dos municípios com indicadores mais críticos, refletindo desigualdades históricas.

O trabalho da Águas do Pará
A universalização dos serviços de água e esgoto em 126 municípios do Estado é a meta da Águas do Pará, que desde setembro deste ano atua nos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba e em 2026, ficará responsável pelos serviços em outras 123 cidades. A concessionária vai universalizar os serviços de água até 2033, com cobertura de 99%, e os de esgoto até 2039.
André Facó, diretor-presidente da Águas do Pará, afirma que o saneamento é uma prioridade real para a operação. “Sabemos que ações urgentes são necessárias, especialmente nas áreas mais fragilizadas, e por isso estamos trabalhando para garantir universalização, tratamento adequado e participação comunitária. Estamos comprometidos em transformar a realidade da região, trazendo mais qualidade de vida, saúde e desenvolvimento para todos”, afirma.
Na Vila da Barca, por exemplo, uma das maiores comunidades sobre palafitas da América Latina, localizada no bairro do Telégrafo, em Belém, já foram instaladas 2,3 km de rede elevada de água, adaptadas para os alagamentos sazonais, garantindo que mais de 5 mil moradores tenham água potável dentro de casa. Todos os 1.400 imóveis foram incluídos na Tarifa Social, beneficiando famílias em vulnerabilidade.
A concessionária trabalha também na implantação de cerca de 2,5 km de redes coletoras de esgoto, que devem ficar prontas em abril de 2026 e levarão o esgoto para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) UNA, garantindo que os resíduos sejam tratados de forma adequada.
O início dos trabalhos da Águas do Pará conta com R$ 220 milhões em investimentos, realizados em parceria com a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) – dos quais R$ 144 milhões foram aplicados até o período da COP 30.
Os 126 municípios da área de atuação da empresa serão contemplados com o maior investimento em saneamento já realizado na história da Amazônia Legal: R$ 18,7 bilhões ao longo dos 40 anos, com R$ 871 milhões a serem aplicados já no primeiro ano de operação. O benefício será revertido para 5,5 milhões de paraenses.
Águas do Pará na COP30
Para os visitantes da Green Zone da COP 30, no Parque da Cidade, a Águas do Pará mantém um estande aberto ao público das 9h às 19h. No local, é possível conhecer os cases amazônicos da Aegea, companhia referência no setor privado de saneamento básico no Brasil e que administra a Águas do Pará, evidenciando como o acesso à água e esgoto tratados promovem inclusão sanitária e redução de desigualdades, trazendo benefícios à saúde e preservação ambiental.
SERVIÇO
Funcionamento do Estande
Dias: até 21/11/2025 Horário: 9h às 19h
Local: Parque da Cidade (Green Zone), entrada livre e gratuita
Endereço: avenida Senador Lemos, bairro Souza. Acesso pelo Portão 9
